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As mulheres portuguesas, durante 1ª República Portuguesa não tinham direito a votar. Naquela altura só podiam votar os “cidadãos portugueses com mais de 21 anos, que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família”.

carolina-betraiz-angelo1Uma médica e ativista dos direitos femininos chamada Carolina Beatriz Ângelo decidiu inscrever-se como eleitora, mas viu negado o seu direito a votar. Invocando a sua qualidade de chefe de família, pois era mãe e viúva, a médica conseguiu que o Tribunal lhe reconhecesse o direito a votar; valeu-lhe, também, o facto de a lei da época se referir apenas a ‘chefes de família com mais de vinte e um anos’, sem mencionar o sexo.

Primeira mulher a votar na Europa, com exceção da Finlândia, a 28 de maio de 1911, Carolina Beatriz Ângelo (1878-1911) protagonizou um ato referenciado pela imprensa internacional da época, tendo sido entrevistada por jornais nacionais e pelo jornal holandês Amsterdammer Weekblad voor Nederland e saudado por feministas europeias de diversas organizações.

Num contexto histórico pouco favorável ao voto feminino, o ato de ousadia de Carolina Beatriz Ângelo, apoiado pela Liga Republicana das Mulheres Portuguesa e pela Associação de Propaganda Feminista, onde se destacaram eminentes republicanas como Ana de Castro Osório, Adelaide Cabete, Maria Veleda e muitas outras, constitui uma referência histórica e política.